11 de jun. de 2010

Sobre a pedofilia e a relação bode expiatório.



Ao longo de todos os anos da história do cristianismo, podemos perceber que determinados acontecimentos se repetem. O imperador romano, elegeu os cristãos como bode expiatório para o declínio do império; tinha que haver um responsável e o responsável passou a ser o cristianismo em ascensão. Hoje infelizmente vivemos em uma sociedade hipersexualizada, onde as crianças, especialmente as meninas, desde muito cedo aprendem a se comportar como adultos e até a desenvolverem sua genitalidade muito precocemente. Parece que a sociedade tenta encontrar um culpado para essa situação lamentável, e parece que mais uma vez usa a Igreja para isso.
Os escândalos de pedofilia na sociedade atual não param de acontecer, é só olharmos os meios de comunicação de massa como revistas, jornais e televisão, para vermos todos os dias os mais escabrosos casos de abusos sexuais contra crianças e adolescentes. Essas pequenas vítimas de abuso sexual, tem seu desenvolvimento afetado e muito prejudicado em conseqüência disso; marcas que vão perdurar por toda uma vida, se não forem devidamente tratadas por um período longo de tempo. Essas marcas podem levar anos até serem transpostas,e é impossível prever até onde isso pode chegar. Segundo Freud (1856-1939) é durante a infância que o indivíduo tem o seu caráter formado, e muito de sua atividade sexual na vida posterior também se estrutura durante sua infância, ou seja, crianças que sofrem abuso sexual, podem mais tarde virem a se tornar abusadores. Quer dizer, tudo leva a um ciclo vicioso que está longe de ter um fim. E quando o abusador é alguém em quem a criança ou adolescente confia, alguém de sua convivência e que ela aprendeu a amar? Geralmente a pessoa que comete esse tipo de crime está em casa, muitas vezes são os próprios pais ou familiares mais próximos como tios, primos e até irmãos. E como parte da sociedade esses pedófilos também podem estar escondidos atrás de professores, treinadores, médicos e até mesmo dos sacerdotes.
Nestes últimos tempos, o clero católico vem sendo alvo de constantes ataques por conta de denúncias de abuso sexual. Mas o que está acontecendo não é um privilégio, no sentido mais negativo possível, da Igreja, mas sim da sociedade corrompida por valores anti familiares e anti cristãos. É uma questão antes de tudo moral, a qual cada vez menos tem se dado importância devido aos valores consumistas cada vez mais exaltados nessa sociedade materialista e superficial. Basta ter dinheiro que qualquer um pode comprar peitos, bunda e tudo o que quiser novo, pode pôr e retirar quando quiser sem nenhuma restrição nem ética, nem moral, nem comercial, para isso não há limite, o que importa é tornar-se desejável aos olhos do outro. Sob esse aspecto, não parece justo culpar uma organização tão respeitada como a Igreja pelos desvios que uma pequena porcentagem de seus membros vem cometendo; por isso o título de bode expiatório. Nesse sentido, diversos grupos de comunicação vem se aproveitando dos fatos, que infelizmente não podemos negar, para tentar ao máximo corromper e atingir a imagem da Igreja, utilizando-se das mais diversas associações incoerentes. Como por exemplo associar os casos de pedofilia com o celibato, sendo que uma coisa não tem absolutamente nada a ver com a outra. Se fosse assim, teríamos um número muito maior de celibatários que cometeriam tais crimes sexuais.
Por outro lado, não se pode negar a existência desses abusos, não me parece que em nenhum momento sua Santidade tenha negado ou se omitido diante dessa lamentável situação. Esses mesmos meios de comunicação, insistem em berrar aos quatro cantos que não houve punição, mas temos que analisar que medidas estão sendo adotadas. Para isso há que se analisar também as medidas que são adotadas para os demais cidadãos: um número muito pequeno de pedófilos e efebófilos (aqueles que sentem atração sexual contra adolescentes) é judicialmente condenado. A grande maioria fica impune e continua a cometer os mesmos crimes. Ou seja, é difícil aplicar penas a esse tipo de crime por ser um crime que muitas vezes não tem como ser provado que aconteceu, geralmente, fica a palavra da vítima, contra a do acusado. Mais uma vez, a Igreja paga a conta, dessa vez por causa do trabalho que ficaria a cargo da justiça.
Todos esses acontecimentos são motivo de vergonha para todos os que seguem a religião. E não podemos esquecer o componente humano da Igreja, que está sujeita a todos os tipos de erros e faltas. Mas temos que acreditar que os culpados estão sendo punidos e que a justiça será feita. Agora os cristãos que usam desses argumentos para “mudar” de religião, não devem ser levados em conta, porque são pessoas que não tem senso crítico e pouco expressam sua opinião. Religião é muito questão de amor, quem ama a Igreja fica, quem não ama deixa, vai para qualquer outra. Para isso todos têm livre arbítrio e ninguém é obrigado a permanecer. Não é como time de futebol, que uma vez flamengo sempre flamengo. Mas é de se lamentar que tenham usado esse argumento para isso. E sob meu ponto de vista vale aquela: quem ama é fiel. Portanto não devemos julgar para não sermos julgados, porque “tudo que ligardes na terra sereis ligado no céu” (MAT 8:18)

E mais uma vez, viva a Igreja Santa e pecadora.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por expressar sua opinião.

O empobrecimento crescente da população e conseqüente exclusão social origina a necessidade de um trabalho social por parte do Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, uma vez que o contingente de excluídos busca principalmente as Igrejas, onde se pressupõem serão acolhidos, ouvidos e valorizados.
Rua Amancio Moro, 135- Alto da Glória - Curitiba/PR - telefone: 41 3352-6216, e-mail: cerasperpetuo@gmail.com
1. Objetivo Geral:

Atender famílias e indivíduos que, em decorrência da pobreza estão vulneráveis, privadas de renda e do acesso aos serviços públicos, discriminadas por questões de gênero, etnia, deficiência, idade e outros.

2. Objetivos Específicos:

1) Atender a população carente que solicita o auxílio no Centro Redentorista de Ação Social.
2) Encaminhar a população para instituições governamentais e não governamentais.
3) Prestar assistência emergencial à população, dentro dos critérios estabelecidos pela instituição.
4) Realizar visitas domiciliares, quando necessário.
5) Atuar de forma preventiva, evitando que as famílias tenham seus direitos violados, recaindo em situação de risco social.
6) Potencializar a família como unidade de referência, fortalecendo vínculos internos e externos de solidariedade.
7) Desenvolver ações que envolvam diversos setores, com o objetivo de romper o ciclo de reprodução da pobreza entre as gerações.
8) Estabelecer convênios e parcerias com instituições governamentais e não governamentais.
9) Favorecer o resgate da dignidade humana e do exercício da cidadania.
10) Encaminhar a população atendida para cursos de aperfeiçoamento e a capacitação profissional.