9 de abr. de 2010

Sobre a Teologia Moral de Afonso


Manter uma instituição por um século já é um grande desafio. Agora imagine manter a mesma instituição, em todas as partes do mundo por mais de dois mil anos? Não é uma tarefa nada simples, e assim como qualquer instituição ao redor do mundo, nossa Igreja já passou por momentos difíceis e de crise. Uma dessas fases difíceis aconteceu no século XVIII, quando o povo foi esquecido graças a ignorância em que vivia o clero. Por conta disso, aqueles que realmente necessitavam do perdão de Deus e da reconciliação, foram esquecidos e abandonados; para esses não escolhidos só restava o inferno e as trevas.
Para salvar a Igreja, Deus enviou nessa época de turbulência, Santo Afonso Maria de Ligório, que passou a ser conhecido como “doutor da Igreja”. Logo aos 16 anos de idade, Afonso se graduou em direito, tornando eminente promotor de justiça, vencendo a maioria de suas audiências. Mas num dado momento de sua brilhante carreira, ele se deparou com a injustiça e a corrupção, dentro do que deveria ser o lugar em que isso não poderia acontecer. Essa decepção tornou o trabalho de Afonso nos tribunais sem sentido, por causa de sua criação dentro dos princípios éticos e morais. Por isso Afonso abandonou tudo e passou a dedicar-se a causa dos mais pobres depois de um chamado divino; ele renunciou tudo, sua nobreza e riqueza, para se dedicar aqueles que mais necessitavam.
Em seu trabalho com os pobres, Afonso percebeu que não eram os pobres que não desejavam a salvação, mas algo estava errado com aqueles que deveriam lhes ensinar o caminho. Em sua missão, Afonso notou que o clero pouco conhecia do amor de Deus, e ensinava para o povo sobre um Deus impiedoso e que escolhia poucos para seu paraíso. Essa doutrina ficou conhecida como o Jansenismo: o homem é predestinado ao pecado, e nada que ele faça vai mudar isso. Aqueles que foram escolhidos poderiam fazer o que bem entendessem e mesmo assim seriam salvos, mas a grande maioria, não teria como escapar. E ao se posicionar contra essa doutrina sob a qual ele mesmo havia sofrido influências; Afonso acabou por sofrer sérios ataques da própria Igreja, que ainda não estava preparada para rever certos conceitos que distorciam a imagem de Deus. Nessa época, Santo Afonso fora considerado herege e até expulso, pelo Papa, da congregação que ele mesmo havia fundado. Mas nada seria capaz de tirar Afonso do seu caminho de justiça, ele foi até as últimas conseqüências, com um pensamento muito simples: Deus ama a humanidade, e por isso mandou seu único filho para a nossa redenção. Não somos predestinados ao céu ou ao inferno, somos amados por Deus desde que nascemos e tudo o que precisamos fazer é aceitar esse amor. Isso em primeiro lugar, depois a oração como o caminho para conduzir ao paraíso.
Diante da situação em que se encontrava o povo daquela época, só restava uma atitude a tomar: formar um clero liberto da opressão jansenista e livre para o amor. Em sua Teologia Moral, Afonso publicou centenas de livros e passou a dirigir seu ensino diretamente para o clero, através das Santas Missões e de retiros dirigidos ao clero jansenista, tornando assim sua Teologia essencialmente pastoral. E graças a esse trabalho, que tratou do problema pela sua origem, Santo Afonso Maria de Ligório foi o salvador da Igreja, que estava prestes e ruir perante uma teologia ultrapassada. Graças a perseverança de um, todos tiveram a chance da salvação e Santo Afonso nos ensina que todo batizado é chamado à Santidade.
Santo Afonso Rogai por nós.

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